quinta-feira, 2 de junho de 2011
Por esta altura, ele estava quase a chegar aos meus braços...
Por esta altura, eu andava pelas 39 semanas, o que significava que ele estava quase a chegar aos meus braços... O meu marido já ia para o trabalho dizendo, "Qualquer coisa, telefona logo, ok?"... Os CTGs não revelavam, porém, qualquer contracção, por mais ligeira que fosse, ainda que mais ou menos às 38 semanas, a médica tenha feito o toque e tenha dito que eu tinha 2 dedos de dilatação... Eu sentia-me na mesma e quando me perguntavam se tinha contracções, eu simplesmente dizia "Não sei. Eu sinto-me igual"... E quando me perguntavam se estava com medo do parto, a minha resposta era ambígua, mas expressava a verdade que sempre senti e com a qual continuo a concordar, ainda que, infelizmente, não possa ter mais nenhum filho: Medo tinha eu que o meu João Pedro não nascesse perfeitinho, ouve-se falar em crianças que nascem com problemas que nunca foram detectados através das ecografias e análises... Medo tinha eu que houvesse alguma complicação na hora do parto, comigo ou com ele... Medo tinha eu que alguma coisa não corresse bem durante o parto, que eu não fizesse bem a dilatação, que ele não estivesse na posição correcta... Esperava que, caso vissem que eu não fazia bem a dilatação, se decidissem depressa por uma cesariana, pois também se ouve contar tanta coisa sobre bebés que têm problemas devido a demasiado tempo de trabalho de parto. Sim, disso eu tinha medo: que alguma coisa não corresse bem ou que o meu menino não fosse perfeitinho. Agora, medo do parto em si, das dores normais do parto, medo como ouço dizer a muitas mulheres que têm, medo das dores do parto em si: NÃO. NUNCA TIVE. Quando me diziam que nem sempre havia anestesistas disponíveis para administrarem a epidural, ou que, por vezes, quando a pessoa já está em trabalho de parto já não vale a pena levar epidural, eu simplesmente desvalorizava. Não estava minimamente interessada em levar epidural. Até porque me tinham dito que a epidural, muitas vezes depois dá náuseas, vómitos (ao fim e ao cabo, é uma anestesia). As dores em si, não me metiam medo algum, desde que o parto decorresse normalmente. O mundo está cheio de gente, o que significa que desde sempre as mulheres têm aguentado as dores do parto. Antigamente não havia epidurais e ninguém morreu por causa das dores em si (morriam, sim, se houvesse complicações). Para trazer ao mundo uma criança, o corpo da mulher tem que dilatar, é claro que essa dilatação tem que provocar dores. Por isso, as dores em si, nunca me causaram o mínimo receio... E sabia que todas as dores valeriam a pena, para ter o meu filho nos meus braços... Dor? Dor a sério tive eu, 6 anos e meio depois, quando me o arrancaram dos braços, como um porco que vai para a matança... Isso é que é dor... Agora, as dores do parto são insignificantes comparando com o que significam...
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